Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida...
Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma...
Francisco Buarque de Holanda
terça-feira, 28 de julho de 2009
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quinta-feira, 9 de julho de 2009
Arnaldo Jabor - O que as mulheres serão para as gerações futuras?
O que as mulheres serão para as gerações futuras?
Arnaldo Jabor
Acabo de voltar do carnaval na praia, onde fiz uma triste constatação: tá dominado, tá tudo dominado!!! Só dá funk! O "neo forró" tenta uma reação, mas suas letras não são cafajestes e não trazem a "alegria compulsória" que o brasileiro tanto gosta.
Aí não dá, né, pô?! Como é que o cara quer fazer sucesso sem tratar mulher como lixo?! Esses forrozeiros, vou te contar...
A indústria do CD pirata vai tratar de enfraquecer esse negócio, mas o jabá e a televisão devem insistir na onda por um bom tempo. Xuxa, Luciano Huck, Raul Gil, Gugu, enfim, toda essa gente boa vai se virar pra ganhar em cima. A Bandeirantes até já vai lançar um programa semanal com duas horas de duração dedicado ao funk. Isso, claro, até o "Tigrão", a mente por trás do "movimento", ser domesticado, o que, em termos mercadológicos, significa botar um terninho e gravar uma babinha pra novela das oito da Globo.
O "Tigrão", aliá s, deu uma elucidativa entrevista pra revista VIP de março. Eu digo elucidativa, pois ele dissipa a névoa de ignorância (por parte do público) que encobria alguns aspectos do "movimento". Vejamos: em determinado trecho da entrevista, "Tigrão" diz: "....As pessoas gostam desse erotismo. Mas, se você analisar, as letras nem são tão pesadas.. Elas têm duplo sentido, até porque o público infantil ouve funk".
Muitas coisas interessantes nessas sentenças! Então vamos por partes: "...se você analisar, as letras nem são tão pesadas".
Eu analisei e ele está certo. Quem, em sã consciência, poderia achar pesada a letra do funk "Máquina de Sexo", que diz:
"Máquina de sexo, eu transo igual a um animal
A Chatuba de Mesquita do bonde do sexo anal /
Chatuba come cu e depois come xereca
Ranca cabaço, é o bonde dos careca"?
Nota-se a leveza de termos como "sexo anal", "cu", "xereca" (!) e "cabaço". "Elas têm duplo sentido...".
Procurei demais e não ache i o duplo sentido no funk "Barraco III":
"Me chama de cachorra, que eu faço au-au /
Me chama de gatinha, que eu faço miau /
Goza na cara, goza na boca /
Goza onde quiser".
Ah, agora entendi! "Goza na cara" é porque o cara ficava tirando sarro da menina pelas costas. Aí ela diz "Goza na cara!". Que coisa... "...até porque o público infantil ouve funk". Eis uma verdade e a preocupação do "Tigrao" se justifica.
Foi pensando nas crianças que o garoto Jonathan, de 7 anos (ele mal tem coordenação motora para reproduzir a coreografia) foi incentivado a gravar o funk "Jonathan II", de edificante letra:
"De segunda a sexta, esporro na escola
/ Sábado e domingo, eu solto pipa e jogo bola
/ Mas eu já estou crescendo com muita emoção
/ E eu já vou pegar um filé com popozão".
7 anos!!! 7 anos!!! Pô, foi mal... A culpa é minha, gente grande, feia e besta, que não entendo.
Então, vamos lá, repetir o discurso de dez em cada dez apresentadores d e programas femininos e de auditório: todo mundo junto, um, dois, três e já: "A malícia está na cabeça do adulto, a criança só quer se divertir. Onde já se viu, se preocupar com uma coisa dessas. Das crianças que passam fome na rua ninguém fala nada...". Aplausos entusiasmados e urros de apoio, por parte do auditório.
É bom que se diga que as crianças que passam fome nas ruas são um sério problema social, cuja resolução deve ser uma das prioridades máximas de qualquer governo (detalhe sem importância: os funks da moda não passam nem perto dessa questão.. Mas, beleza, vamos lá...). Só que é um problema do governo, a gente não tem nada com isso, não é mesmo? Ao invés disso, vamos dar risada e incentivar o moleque de 7 anos (7 anos!!!) a "pegar um filé com popozão". Afinal, nunca é cedo demais pra mostrar pro papai que se é um garanhão, que não deixa passar nenhuma cachorra. Isso é que é uma infância saudável!
E pensar que eu perdi tanto tempo assistindo "Bambalalão", "Sítio do Pica-Pau Amarelo" e ouvindo aqueles discos da "Turma do Balão Mágico". Ao invés disso podia estar por aí, transando umas cachorras...
Enquanto a gente dá risada, a molecada vai crescendo com a certeza de que mulher não passa de uma bunda e um par de peitos siliconados, que gosta de ser chamada de cachorra e que acha que só um tapinha não dói. Se "só um tapinha não dói", o primeiro deveria ser dado no popozão dos tigrinhos e cachorrinhas que curtem essas coisas.
Depois a gente não entende o motivo do aumento dos índices de violência contra a mulher e porque ela é tão desrespeitada na sociedade. Será que não é óbvio?
Você, cadela... quero dizer, mulher que está lendo isso, levante-se e lute! Não seja uma cachorra! Um tapinha dói, sim! Exija respeito antes que nós, homens, acreditemos que é isso mesmo que vocês querem. Deponham as Xuxas, Carlas Perez , Feiticeiras, Tiazinhas, Enfermeiras, Internéticas, Vampiras, Fernandas Abreu e Vanessinhas Pikachu de seus reinados de miséria intelectual! Conto com vocês!!!
E lembrem-se sempre da cada vez mais pertinente frase de Oscar Wilde: "Todo crime é vulgar, assim como toda vulgaridade é criminosa."
Postado por Nathinha às 20:07 0 comentários
Natiruts - Cantar
Cantar (meu cantar), não deixa a alegria ir embora
O meu cantar (meu cantar), não deixa a alegria ir embora
Acordamos de manhã bem cedo para trabalhar
Deixando em casa os filhos, com olhar de esperança
Acreditando que alguns poucos homens venham a se lembrar
Do que prometeram iô iô, na tarde de um belo dia
Guardo até hoje a camisa que você me deu
Que dizia em letras grandes o Brasil é todo seu
Mas só que eu não me lembrei de então perguntar
Se um dia iô iô, esse homem ia voltar
A pisar na lama ao menos para agradecer
Com a mesma falsidade a quem o fez enriquecer
É...é difícil meu irmão, mas se você não tentar
Não pense que eles tentarão, não
É...é difícil meu irmão, mas se você não tentar
Não pense que eles tentarão, porque
Quem te governa não quer saber de você
Quem te governa não quer te ver feliz
Quem te governa não quer te ver sorrir
Quem te governa não merece ter nascido aqui no Brasil, no Brasil!
Cantar (meu cantar), não deixa a alegria ir embora
O meu cantar (meu cantar), não deixa a alegria ir embora
O que adianta brigar por mudanças se nós
Não nos dermos as mãos, caminharmos todos juntos
O que adianta a gente reivindicar se lutamos entre nós
Matamos nossas crianças
Guardo até hoje a camisa que você me deu
Que dizia em letras grandes o Brasil é todo seu
Mas só que eu não me lembrei de então perguntar
Se um dia iô iô, esse homem ia voltar
A pisar na lama ao menos para agradecer
Com a mesma falsidade a quem o fez enriquecer
Postado por Nathinha às 05:46 0 comentários